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Poeresia: Solidão

Poeresia: poesia e heresia Venha cá, não tenha medo. Coloque para fora o que guarda aí há tanto tempo. Um dia te disseram para esconder isso aí, que era piegas, tosco, não digno de ser revelado. Ficou armazenado nas mais doces e amargas memórias. Com o tempo, pareceram sem gosto, neutras, desprovidas do sentido que tinham quando você ousou escrever. Esconderam do mundo suas palavras, os sentimentos mais nobres e os mais polêmicos. Agora, eles maturaram, fermentaram e destilaram: o puro malte, o doce vinho, a aguardente. Sentimentos há muito de molho que, finalmente, podem retornar com mais força e com mais vigor. O tempo não os deixou sem sentido. Apenas são vistos sob o olhar do tempo.

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